quarta-feira, 20 de abril de 2011

Momentos da Páscoa



“O SEGREDO DOS OVOS DE PÁSCOA”
autora: Sonia Robatto.

Tem muita vida que nasce de um ovo, não tem?
Tem ovo com vida de passarinho dentro, ovo com vida de pintinho, ovo com vida de lagartixa, ovo com vida de cobra. Tem ovo de todo tamanho e vida de todos os jeitos.
Mas o que será que nasce de um ovo de Páscoa? Isso eu não sabia e fui perguntar à dona Galinha.
- Ó dona Galinha, a senhora que é especialista em ovo, me diga uma coisa: o que é que nasce de um ovo de Páscoa?
Dona Galinha, muito despeitada com a concorrência das coelhinhas, cacarejou:
- Não nasce nada, minha filha! É ovo gorado, ovo falso, falsificado! Maluquices dessas coelhas de hoje em dia. Eu nunca ouvi dizer que uma coelha soubesse pôr ovos, chocar e tudo! Ovo que se preze tem pintinho dentro!
O galo apareceu e eu sai depressinha do terreiro. Fui andando por ali e por aqui, até que encontrei numa árvore a dona Coruja. Repeti a mesma pergunta:
- Ó dona Coruja, a senhora me diga, por favor: o que é que nasce de um ovo de Páscoa?
Dona Coruja deu uma risadinha superior, esbugalhou bem os olhos e falou:
- É claro que nascem corujinhas. As corujinhas, como todo mundo sabe, são os animais mais bonitos do mundo! Os meus filhos são muito inteligentes, muito.
Deixei dona Coruja, se elogiando sozinha e fui em frente, no meu caminho. E no meu caminho tinha uma cobra. Eu fui logo perguntando:
- Ó dona Cobra, me diga se possível for: o que é que nasce de um ovo de Páscoa?
E a cobra sibilou uma resposta muito apressada:
- Cobrinhas, ora . . .
E continuou serpenteando o seu caminho.
E eu fiquei ali, debaixo daquela árvore, chocando os meus pensamentos. Até que nasceu na minha cabeça a ideia de procurar dona Coelha. Afinal, ela devia saber tudo sobre ovos de Páscoa.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Aos 50 anos, Xingu vira 'ilha verde' cercada por desmatamento

RODRIGO VARGAS DE CUIABÁ Criado em abril de 1961, o parque indígena do Xingu completa 50 anos com a maior parte de seus 2,8 milhões de hectares praticamente intactos, mas cercados por áreas de desmatamento por todos os lados. Imagens de satélite mostram que o parque, com quase 6.000 índios de 16 etnias, vem assumindo cada vez mais as feições de uma "ilha" verde --em torno da qual surgem várias frentes de expansão urbana e agropecuária. Veja galeria de fotos do parque Xingu Na lista de 43 municípios que mais desmatam a Amazônia, 7 fazem divisa com o parque. Entre 2000 e 2007, segundo o ISA (Instituto Socioambiental), área equivalente à de Alagoas foi desmatada na porção mato-grossense da bacia do rio Xingu. Essa região fora do parque abriga 6,5 milhões de cabeças de gado, mais de 30% das áreas de soja em Mato Grosso e já atrai interesse por seu potencial hidrelétrico. Nos últimos cinco anos, de acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, quatro pequenas usinas foram licenciadas. ESPREMIDOS Como a demarcação do parque indígena não incluiu nascentes dos principais rios, os índios são afetados por transformações do entorno. E dizem temer o futuro. "Estamos espremidos e apavorados", diz Korotowi Ikpeng, 39, da etnia icpengue. Para ele, as mudanças já são perceptíveis na aldeia em que vive, no Médio Xingu. "Antes, a gente via os peixes no fundo do rio. Hoje, os [rios] formadores do Xingu estão arenosos. O desmatamento também afetou a caça, cada dia mais difícil", diz. O índio caiabi Pikuruk Kayabi, 29, diz que as divisas do parque foram no início fixadas sobre áreas de mata fechada. Hoje "é floresta de um lado, pasto e soja do outro". A área das cabeceiras do Xingu chegou a ser incluída em uma categoria de proteção na proposta do zoneamento ambiental do Estado. Na Assembleia Legislativa, porém, a bancada ruralista aprovou um substitutivo que considera a região como uma "área consolidada com predomínio de agricultura". O desmate e a degradação dos rios, aliados a um crescimento da população indígena acima da média nas últimas décadas, formam um cenário de insegurança alimentar, diz a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que desde 1965 tem um programa de atendimento à saúde no Xingu. Segundo a entidade, as terras para a agricultura tradicional foram reduzidas, fazendo com que seja cada vez mais difícil obter alimentos. REDES SOCIAIS Os desafios não se limitam à esfera ambiental, diz Awasi Kaiabi, 31, diretor de uma escola no Baixo Xingu. Com 75% da população com menos de 30 anos, o local vive um conflito de gerações, conta ele. "Os mais velhos querem preservar a cultura e são contra a entrada de coisas dos brancos. Já os jovens querem trazer novidades." Além de antenas parabólicas, o universo tecnológico dos xinguanos já inclui computadores, sistemas de bate-papo via internet e a participação em redes sociais. Awasi diz não ser contra a modernidade e afirma que o currículo da escola que dirige inclui informática. "Há 50 anos, o parque estava isolado. Hoje, os brancos são nossos vizinhos. O que mais ensinamos a nossos alunos são noções de sobrevivência, enquanto índios, nessa situação." Editoria de Arte/Folhapress FONTE:http://www1.folha.uol.com.br/poder/902390-aos-50-anos-xingu-vira-ilha-verde-cercada-por-desmatamento.shtml

Laboratório

Dia de Biblioteca

terça-feira, 5 de abril de 2011